Centenas de moradores da cidade de São Paulo (SP) se reuniram na manhã deste domingo (13) para protestar contra a derrubada de mais de 300 árvores para a construção de um túnel na zona sul da capital

 


"Centenas de moradores da cidade de São Paulo (SP) se reuniram na manhã deste domingo (13) para protestar contra a derrubada de mais de 300 árvores para a construção de um túnel na zona sul da capital. O grupo de manifestantes teme que o movimento agrave os problemas climáticos enfrentados na capital.

O que aconteceu

A iniciativa envolve o corte de um corredor formado por espécies centenárias. A devastação é planejada para abrir espaço ao túnel que integra o Complexo Viário para interligar as avenidas Sena Madureira, na Vila Mariana, e a Ricardo Jafet, no Ipiranga.

Derrubada é caminho para ampliar problemas climáticos. A ambientalista Claudia Visoni destaca que a capital paulista está exposta a quatro efeitos causados pelas mudanças climáticas: onda de calor, seca, ventos fortes e a chuva concentrada. "Esses problemas causam pequenos e grandes colapsos", ressalta ela."

Projeto prevê a derrubada de mais de 300 árvores. "Não há como cortar 200 árvores no momento em que o Brasil está queimando e pedido socorro", diz Edgar Werblowsky, um dos organizadores do protesto. "Em uma cidade em que só se levanta prédios, não faz o menor sentido derrubar árvores", complementa a paisagista Angela Basile.

Construção do Túnel Sena Madureira contará com o corte de espécies diversas. Algumas das árvores ameaçadas pelas obras têm mais de 60 anos e outras ameaçadas de extinção. Entre elas estão Seringueiras, Pau-Brasil, Pau Ferro e Jacarandá.

Preocupação é acompanhada pelo atual cenário adverso. Os manifestantes temem que a derrubada das árvores prejudique ainda mais o clima da cidade. "Leva 25 anos para repor o dano ambiental que a remoção de uma árvore desse porte", analisa presidente da Associação de Moradores da Vila Mariana. Eliana Barcelos, ao recorda que a capital paulista vivenciou o pior qualidade de ar do planeta por dois dias seguidos, em setembro.

Ato foi concluída com um abraço coletivo no corredor arbóreo. Ao final do protesto repleto de gritos contrários à construção do túnel, os manifestantes se reunirão em volta daquele que é conhecido como o último bosque central da região e deram um abraço coletivo simbólico ao redor das árvores.


Construção controversa

O ato de moradores surge um mês após a retomada do projeto, iniciado em 2011. As obras foram paralisadas dois anos depois devido à citação das construtoras na Operação Lava Jato. Agora, Galvão Engenharia e Ayla Construtora são responsáveis pela conclusão do projeto.

Especialistas dizem que túnel não vai desafogar o trânsito. Tal justificativa é rechaçada pelos moradores. "Não vai resolver o problema de mobilidade. Muitas pessoas já analisaram e nós vamos apenas criar mais trânsito e mais poluição", avalia Victor Plese, integrante do movimento Não ao Túnel.

Obra também vai desalojar moradores de duas comunidades. Além dos prejuízos ambientais, os manifestantes criticam o desalojamento dos residentes das comunidades Luis Alves e Souza Ramos. "A obra não vai resolver nada e ainda cria problemas", lamenta a escritora Lourdes Gutierres ao classificar o projeto como "inconsequente". "Tem questões ambientais, urbanística e social envolvidas".

Já soterraram um córrego e cortaram árvores na Souza Ramos. Agora, querem desalojar a população sem nenhum suporte.
Victor Plese, integrante do movimento 'Não ao Túnel'

Construção na mira do Ministério Público de São Paulo. O órgão cobrou explicações da Prefeitura de São Paulo sobre a derrubada das árvores para a construção do túnel na zona sul da capital paulista. O prazo para a manifestação é de 30 dias.

Notícias Uol


 













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