Rodrigo, dono do Rancho da Empada, sobre a construção do Túnel: Pode ser que algumas empresas não resistam.
Eu gostaria de pedir um momento aqui de escuta. Silêncio, por favor. por favor.Eh, eu não tenho inimigos aqui.
Eu tenho 46 anos, moro na Vila Mariana, maior parte da minha vida, tenho empresa na Vila Mariana, faço parte da Associação Comercial, represento uma série de empresas aqui.
Gente, por favor, eu eu ouvi aqui todo mundo.
Eu tenho pessoas aqui como Ricardo. Ricardo é meu vizinho. O Ricardo, escutem, por favor, gente.
O Ricardo ele é contra o túnel.
Eu tô aqui com o pessoal da Associação.
O pessoal da associação é a favor do túnel. O que a gente tem que entender aqui, por favor, por favor, por favor.
Associação Comercial, Associação Comercial de São Paulo, por favor.
O que a gente tem que entender aqui é o seguinte, gente. Esses senhores que estão aqui hoje, eles detém o poder para decidir o que vai ser feito.
A gente pode, escutem, por favor, por favor, gente, por favor, por favor, por favor, gente, por favor.
A gente pode apresentar uma série de estudos favorável à não construção do túnel e aqui vão ser apresentados uma série de eh estudos favorável ao túnel.
E assim, a gente, se a gente realmente começar a se olhar aqui como inimigo, alguém aqui ou muitos aqui vão ter que, vão ser prejudicados, inclusive a mim.
Eu vim aqui hoje, eu eu eu vim para cá hoje não para me manifestar contra o túnel, mas quando a gente começou, Rafael sabe disso, nosso subprefeito [ Rafael Francisco Ferraz Minatogawa], eh quando a gente começou a primeira fase da obra, eu fui muito prejudicado.
O que eu quero pedir aqui pros senhores é o seguinte, o estudo realmente ele é um estudo geral, mas deixa eu falar, moça, por favor.
O que eu quero pedir aqui para os senhores é o seguinte.
A despeito desse estudo que foi feito e dos estudos que foram trazidos, de fato, a abordagem ela vai ter que ser quase que pessoal.
É difícil realmente pro povo da Souza Ramos pegar e simplesmente sair da casa deles depois de tanto tempo.
Eu entendo que isso é muito difícil, como é difícil, por exemplo, pro comércio que vai que, que, que está ali na Sena Madureira, por exemplo, eh passar por essa obra.
Pode ser que algumas empresas não resistem.
De um comentário à entrevista ao Secretário Municipal de Mudanças Climáticas de São Paulo, José Renato Nalini no programa Roda VivaAcho esse artigo extremamente relevante pois o túnel era semelhante: tinha como principal objetivo pular um farol (cruzamento da Cidade Jardim com a Faria Lima). O resultado: o trânsito ficou igual e ainda matou os comércios da região.Alguns parágrafos do artigo recomendado:
Avenida Cidade Jardim vai para o buraco O congestionamento não diminuiu com abertura do túnel, e as lojas perderam clientela
Por Edison Veiga Atualizado em 5 dez 2016, 19h21 - Publicado em 18 set 2009, 20h36
Quando a então prefeita Marta Suplicy inaugurou o Túnel Max Feffer, às vésperas das eleições municipais de 2004, imaginava-se que o problema dos congestionamentos no encontro das avenidas Cidade Jardim e Brigadeiro Faria Lima seria, se não resolvido, ao menos amenizado. Não aconteceu nada disso. Os congestionamentos foram simplesmente transferidos para a passagem subterrânea. “De uma forma geral, a situação é a mesma”, afirma Roberto Scaringella, presidente da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). “Quando se pensa na questão do trânsito, o projeto é deficiente.” Na parte de cima, porém, a média de carros que trafega por lá caiu de 5 000 para 1 440 por hora. Os comerciantes instalados na avenida perderam consumidores. “Nós precisamos dos motoristas que estão de passagem, vêem nossas lojas e decidem parar”, diz o empresário Jorge Henrique Baker, que vende equipamentos esportivos. “Antes, eu tinha nove clientes por dia. Agora, tenho dois.”
Os números comprovam a decadência da Cidade Jardim. Três anos atrás, havia apenas três imóveis anunciados para locação ou venda na via. Atualmente, são onze com placa na fachada – um aumento de 260%. “Só na avenida, tínhamos 58 pontos comerciais”, compara Fabio Saboya, diretor da ONG Boulevard Cidade Jardim. “Vinte e seis fecharam ou se mudaram.” Resultado: dos 2 000 empregos diretos gerados pelo comércio da região – incluindo as ruas vizinhas Mário Ferraz e Artur Ramos –, restam 700. “O movimento da minha loja caiu 80% e tive de dispensar cinco funcionários nos últimos anos”, afirma Sônia Caribé Ribeiro, dona de uma butique.Por que Rodrigo do Rancho da Empada é favorável ao Túnel?
Ele acha que sua empresa vai resistir? Como sabe isso?
A Associação Comercial de Sâo Paulo assim cuida dos seus associados? Você que tem uma loja na região, é a favor? Outros vídeos da Audiência Pública do 8 de Setembro
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