A ineficiência do poder público.

 

O projeto de infraestrutura que promete melhorar o fluxo viário de uma região levanta mais polêmicas e críticas do que soluções efetivas, expondo uma visão de planejamento urbano ultrapassada e profundamente falha. Em vez de uma melhoria genuína, o que se observa é a iminência de um custo social e ambiental altíssimo, cuja validade e eficácia a longo prazo são questionáveis. O cerne da crítica reside na absoluta falta de garantias e na fragilidade das compensações propostas diante de danos que serão irreversíveis, além de uma evidente falta de planejamento que prioriza o interesse do automóvel particular em detrimento da comunidade e do meio ambiente.

​Um dos pontos mais sensíveis e urgentes é o impacto social. A obra prevê a remoção de cerca de 200 famílias de seus lares, um processo que está sendo conduzido, conforme apurado, sem consulta adequada e com a promessa de compensações financeiras incertas. Essa abordagem é uma afronta à dignidade humana e ao direito à moradia, transformando famílias em números a serem desalojados para dar lugar a uma via de tráfego. O custo humano dessa intervenção é inaceitável, e a incerteza quanto às indenizações reforça o descaso do poder público com os mais vulneráveis. Não se trata apenas de construir uma estrada, mas de desmantelar comunidades em favor de um projeto que ignora a função social da cidade.
​No âmbito ambiental, a situação é igualmente grave. O projeto exige o desmatamento de mais de 200 árvores e, mais criticamente, o tamponamento de nascentes localizadas em área de preservação. Tal intervenção destrói ecossistemas urbanos essenciais para a qualidade do ar, regulação térmica e drenagem pluvial.

A compensação ambiental prometida, nesse contexto, é uma falácia. A simples reposição de mudas ou o repasse de verbas não substitui a complexidade de um bioma consolidado, nem o papel hidrológico de uma nascente. Essa compensação é, na prática, uma solução cosmética, sem garantias de efetividade, que tenta maquiar a destruição.

@CoalizaoPeloClimaSP


A C L A R A  Ç Ã O: 

secretário municipal de Infraestrutura Urbana e Obras, Marcos Monteiro e o valor da obra:


Monteiro - O valor de referência da obra agora é de R$ 748 milhões. Esse é o valor de planilha, sem descontos, e a expectativa é de que, com a licitação, ele caia um pouco. Como disse, entendemos que até março, no máximo, teremos o início do contrato. Uma coisa importante a se dizer é que firmamos um compromisso nessa nova licitação de iniciar pela implantação dos compromissos ambientais e todas as compensações que assumimos em relação a isso. Vamos começar pelas árvores.

Diário do Comércio

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