Bosque dos Salesianos: Nota de Repúdio

As falas do Prefeito Ricardo Nunes sobre a manifestação a favor do Bosque dos Salesianos


Nota de Repúdio

 Os moradores do Alto da Lapa repudiam de forma veemente a conduta do Prefeito de São Paulo, que, em evento público realizado no dia 06 de novembro de 2025, ao ser confrontado por cidadãos contrários à recente derrubada do Bosque dos Salesianos, proferiu ofensas inadmissíveis contra a população, chamando os presentes de “babacas”, “perdedores”, “petistas”, “baderneiros”, “incivilizados”, “sem noção” e até mesmo “idiota”, em referência a um morador.


É preciso compreender o contexto: trata-se de uma área de aproximadamente 17.000 m², localizada onde funciona a Universidade Salesiana, dos quais 7.000 m² foram vendidos à incorporadora Tegra. Toda essa região é protegida pelo Decreto Estadual nº 30.443/1989, que, em seus artigos 1º e 4º, reconhece expressamente a vegetação ali existente como “Vegetação Significativa do Município de São Paulo”, portanto imune ao corte.

A comunidade local vem defendendo essa área há mais de um ano, ciente de sua relevância ecológica para toda a cidade — especialmente diante da crise climática que enfrentamos. Há ação civil pública em trâmite (Processo nº 1083696-15.2024.8.26.0053), atualmente em segunda instância, parecer técnico favorável do CAEX, projeto de lei nº 520/2025, de autoria do vereador Eliseu Gabriel, propondo a criação de um parque municipal, e pedido de tombamento em análise no Conpresp.

O abaixo-assinado popular já ultrapassa 25.000 assinaturas de cidadãos paulistanos. Em reunião recente com o secretário Rodrigo Ashiuchi, foram apresentadas propostas concretas para a preservação da área. Ainda assim, e a despeito dos compromissos públicos assumidos pelos secretários Renato Nalini e Rodrigo Ashiuchi, a Prefeitura autorizou a derrubada integral do bosque, que vem sendo cruelmente devastado desde o dia 04/11, justamente em plena COP30, quando o mundo discute medidas urgentes de preservação ambiental, e em período de nidificação das aves.

Nossa resposta, senhor prefeito, é simples: não se trata de eleição, trata-se da vida.

A vida — humana, animal e vegetal — é maior que qualquer palco eleitoreiro. “Idiotas”, “babacas” e “sem noção” seríamos nós se aceitássemos passivamente a destruição do que resta de verde em nossa cidade.

Civilidade, senhor prefeito, não é calar diante da injustiça. Civilidade é defender a vida e o futuro coletivo.

As chamadas “árvores de compensação ambiental” jamais substituirão um bosque centenário
com vegetação significativa e fauna estabelecida. Aqui não estão “baderneiros” — estão cidadãos e contribuintes, que exigem respeito e responsabilidade ambiental de quem foi eleito para proteger o bem comum.

O senhor afirmou orgulhar-se de “expropriar terrenos e pagar aos seus proprietários”. Poderia,
portanto, ter feito o mesmo neste caso — como pedia a população — evitando a tragédia ambiental e o desgaste político que, ao que parece, é sua maior preocupação.

A nossa, senhor prefeito, é outra: a vida, a fauna, a flora e o direito de viver em uma cidade sustentável e justa.

São Paulo, 06 de novembro de 2025.

Assinam: moradores e entidades civis do bairro e apoiadores da preservação do Bosque dos
Salesianos.

@SalveOBosque


Lembremos á Tegra Incorporadora e ao moderno Piero Lissoni seu arquiteto (moderno):


Assistir às falas do Piero Lissoni e, depois, olhar a destruição do Bosque dos Salesianos feita pela Tegra Incorporadora que incorporou seu estilo de mixtura entre a arte e o artesanal (mas aonde o bosque não pode ser incorporado

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