Associação M.
começou essa petição para
Companhia do Metropolitano de São Paulo Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI)
Nós, abaixo-assinados, residentes e/ou frequentadores da região que será diretamente afetada pelo projeto da Linha 16-Violeta do Metrô de São Paulo, com o apoio da AVM – Associação de Moradores da Vila Mariana – e da APRACE – Associação dos Amigos das Praças da Rua Curitiba e Entorno –, vimos apresentar considerações quanto à proposta atual de localização das futuras estações Dante Pazzanese e Parque do Ibirapuera.
As observações abaixo não têm caráter de oposição à mobilidade, tão importante para nossa Cidade, mas visam contribuir para que a execução do projeto ocorra da forma mais eficiente, segura e harmônica possível com o entorno urbano, ambiental e social da região, em observância aos princípios que regem a administração pública. Pedimos especial atenção aos seguintes pontos, que podem demandar estudos complementares:
1. Planejamento Urbano e Transparência
A alteração da localização das áreas onde serão construídas as estações Dante Pazzanese e Parque do Ibirapuera, bem como, de seus respectivos acessos, certamente otimizariam a ocupação e a integração urbana. Seria pertinente avaliar alternativas que contemplem maior acessibilidade a equipamentos públicos e menor custo de desapropriação, redirecionando para áreas próximas que já pertencem ao Estado. Nesse sentido, requeremos o reposicionamento da Estação Dante Pazzanese para o estacionamento ao lado do Instituto Dante Pazzanese, área pública estadual e não residencial; e, da Estação Parque do Ibirapuera para a Praça Tulio Fontoura, cujas espécies, Eucaliptos, são passíveis de retirada sem complicações ambientais, com possibilidade de revitalização e requalificação paisagística conjunta.
2. Deficiência do Projeto Básico e Incertezas Técnicas no Modelo de Concessão
Há percepção de que o leilão da linha possa estar ocorrendo antes da conclusão de um projeto básico detalhado, gerando dúvidas quanto à precisão de custos, prazos e viabilidade técnica. O modelo de Parceria Público-Privada (PPP) permite alterações pós-leilão, o que pode implicar ajustes significativos que merecem acompanhamento técnico rigoroso, especialmente em áreas residenciais consolidadas, com diversidade de espécies vegetais e história que devem ser preservadas.
3. Potenciais Riscos Estruturais e Geotécnicos em Áreas Residenciais Densas
A área indicada para a Estação Dante Pazzanese envolve imóveis residenciais e comerciais consolidados, incluindo exemplares de valor arquitetônico e cultural atribuídos ao arquiteto Rino Levi. Seria importante avaliar se a intervenção poderia afetar esse patrimônio urbano e cultural. Além disso, há informações sobre a existência de uma canalização de córrego sob o leito da quadra entre as Ruas Áurea e Morgado de Mateus, o que pode representar desafio técnico adicional. Estudos geotécnicos aprofundados poderiam auxiliar na mitigação de eventuais impactos estruturais e ambientais.
4. Questões Ambientais e Áreas de Proteção
Constata-se a proximidade do traçado com áreas de relevante interesse ambiental e histórico, como a Chácara das Jaboticabeiras e a área do Instituto Biológico. Recomenda-se que as análises ambientais considerem tais zonas sensíveis de modo preventivo, assegurando total conformidade com a legislação vigente.
5. Redução de Número de Acessos da Estação Parque do Ibirapuera
O projeto contempla 4 (quatro) acessos à futura Estação Parque Ibirapuera, sendo uma delas, na Praça Eisenhower, área predominantemente residencial, sem nenhum comércio ou acesso a grandes avenidas, não está sequer integrada a malha viária de transporte público. Solicitamos a supressão do referido acesso, que pouco ou nenhum benefício trará à região, especialmente que justifique o custo da obra; ou, alternativamente, seu remanejamento para a Praça Tulio Fontoura que tem saída para Avenida Pedro Alvares Cabral.
6. Preservação do Modelódromo
O projeto em sua concepção atual prevê a perda de área significativa do Modelódromo do Ibirapuera, o qual é reconhecido como espaço de lazer, prática esportiva e convivência social. A eventual implantação de uma estação no local certamente acarreta impactos urbanísticos e ambientais, considerando o valor histórico e social da área. Sugerimos, novamente, a Praça Tulio Fontoura como alternativa para preserva o uso atual e o caráter verde do espaço.
Diante do exposto, solicitamos que os órgãos competentes considerem essas observações no processo de planejamento e licenciamento, a fim de garantir que o projeto final da Linha 16-Violeta atenda plenamente aos princípios de sustentabilidade, integração urbana e eficiência na aplicação dos recursos públicos.
Comentários
Postar um comentário