Clareza nas obras do plano de expansão nas áreas do Instituto Butantan
Prezados(as) amigos(as),
Conforme já divulgado na imprensa, foi aprovado novo Plano Diretor do Instituto Butantan, entidade pública estadual, o qual prevê a destruição de milhares de árvores, com a supressão de importante remanescente da Mata Atlântica, para a expansão do parque fabril, laboratórios e unidades administrativas.
O referido plano foi desenvolvido e contratado pela Fundação Butantan, entidade de natureza privada, responsável pela gestão de recursos e comercialização dos produtos viabilizados pelo Instiruto.
Não bastasse a supressão deste importante remanescente da Mata Atlântica da Capital, será feita a expansão da atividade fabril no local, com nova central de medicamentos, biotério, edificio garagem, entre outros equipamentos. A expansão ocorrida por volta de 2020 já acarreta grandes danos para a população local, com ruidos permanentes vindos principalmente do novo Biotério.
Importante frisar que não se trata de uma atividade industrial com baixo risco ou impacto ao entorno residencial. Por sua natureza, a atividade gerida pela Fundação Butantan implica em risco biológico à comunidade e deveria ser expandida para área de menor exposição humana, como a Fazenda São Joauim do Instituto ou, ainda, para a áreas industriais, como o bairo vizinho do Jaguaré.
Além disso, recai sobre a aprovação do projeto uma suspeita que pode contamina-lo:
Em razão da área ser tombada pelo Condephaat desde 1981, qualquer alteração no conjunto de edifícios e no seu entorno precisa ser analisada pelo órgão, ligado à Secretaria de Cultura do governo estadual.
O projeto do Plano Diretor foi elaborado pelo escritório do arquiteto Carlos Augusto Mattei Faggin, que também era presidente do Condephaat, conforme divulgado pela ADUSP (Associação dos Docentes da USP).
Em razão desse fato, a Diretoria da FAU emitiu nota na qual afirma que “não considera saudável essa dupla atuação (…), já que se configura uma situação com grande potencial de conflitos de interesses”.
Do modo que está, o projeto possui os seguintes problemas:
- A mata é tombada e não pode ser suprimida
- Há uma enorme carência de áreas verdes na cidade
- Não adianta fazer compensação ambiental em outro local, a mata faz parte de um corredor ecológico sendo essencial para a fauna existente
- O patrimônio imaterial do bairro será atingido (sossego, paisagem, impacto na temperatura e na qualidade do ar)
- Existe um risco biológico inerente a atividade industrial gerida pela Fundação, incompatível com a área residencial que envolve o Instituto
- Como apontado pela Profa. Raquel Rolnik, existem áreas livres e galpões abandonados na região do Jaguaré que atenderiam as necessidades do Butantan sem prejudicar a natureza e a comunidade
- Possível conflito de interesses no processo de aprovação pelo Condephaat
Precisamos do apoio da comunidade para preservar a natureza do bairro e da cidade, venha participar!
A destruição não tem recuperação mesmo com o plantio de mudas. Isso é conversa e acordos para compensar. Assine e ajude o movimento.
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